A Freguesia da Loureira tem o inestimável privilégio de acompanhar os últimos folguedos do Rio Homem antes do sumiço no caudaloso rio principal, o Cávado.

Santa Eulália da Loureira é, com toda a certeza, uma terra de remotíssima tradição já que aparece mencionada nas principais fontes escritas usadas pelos Historiadores. 

A sua evolução toponímica é deveras curiosa, tendo o nome desta aldeia sofrido várias transformações, de tal modo que por volta do século XIV Loureira e Vila Verde tinham a mesma designação: Villa Viridi.

Santa Eolalia de Lalin é o primeiro topónimo documentado, com referência ao ano de 960. Desde então, a freguesia chamou-se Lalini (1053), Sancta Eolalia de Lalim (1145), Lalim (1220), Sancta Ovaie de Villa Verde (1258), Vila Viridi (1320) e S. Ovaia de Vila Verde (1528).

Alguns investigadores julgam que o actual nome de Loureira surge apenas a partir de 1528. 

Certo é que Eulália e Olaia são a mesma e única figura religiosa e, por isso, tanto aparece um como outro nome associado àquela santa virgem  e mártir.

Como tantas freguesias minhotas, apresenta hoje várias facetas de urbanidade, tendo evoluído a partir de um passado marcadamente rural e de escasso povoamento. Nas inquirições de 1758, o pároco de então refere a existência de apenas 59 fogos, distribuídos por uma dezena de lugares: Lampadela, Passo, Covello, Espurido, Campos, Venda, Cancella, Aldeia, Fundão e Boussa.

Actualmente, vigoram os seguintes lugares: Aldeia, Bacelo, Campos, Covelo, Cruzeiro, Esparido, Lâmpada, Lampadela, Paço, Vau e Venda.

A mesma fonte paroquial não é muito pródiga em referências à vida social e económica da Loureira de meados do século 18. Ainda assim, a resposta ao inquérito destaca a produção do milho, feijão, centeio¿ E das águas caprichosas do Homem, em sucessivas pesqueiras, podia lançar-se o isco às bogas, escalos, panchocas e algumas trutas.

Terra de lavradores e seus caseiros, Santa Ollaya da Loureira pertenceu à antiga  Comarca do Pico de Regalados e ao extinto Concelho de Vila Chã.

Beneficiando da sua relativa proximidade a Vila Verde  e mesmo à cidade de Braga, a nossa Freguesia foi-se desenvolvendo também à custa da Estrada Nacional 101, que traça os limites ocidentais da Loureira.

Vem no Dicionário Geográfico do Reino que, além da Igreja dedicada a Santa Eulália, a Freguesia da Loureira possuía duas ermidas: a de São João Baptista e a de Santa Eufémia.

Tomando a lenda por realidade, Loureira é nome de "mulher que pretende agradar, provocante e sedutora".

Se em Turiz nasceu o celebrado Abade de Priscos, também a Loureira tem o seu famoso Abade da Loureira, um epíteto hoje perpetuado numa rua tradicional de Braga, precisamente a Rua Abade da Loureira.

No rol de antepassados célebres, a Loureira acolheu uma vasta linhagem de fidalgos que habitaram a chamada Casa do Fundão, erigida no final do século XVI, no lugar de Souto da Venda.

Um dos mais notáveis habitantes daquele antigo morgadio foi José de Araújo de Azevedo Vasconcelos, Capitão-mor de Vila Chã e Larim.

Esta caracterização representa apenas uma pequena súmula da História da Freguesia da Loureira, à qual pretendemos ir acrescentando novas páginas, descobrindo as nossas raízes ancestrais e dando conta da evolução da nossa Terra no passado mais recente.